Bom dia, sol!
Não posso fitar-te.
Fixar os olhos em ti não devo.
Não consigo nem quero,
Olha-lo me queimaria o olhar.
E já não poderia ver tudo
o que me mostra a tua luz.
Revelas tantas coisas
e nelas teu fulgor.
Tua luz, teu calor, teu brilho
Mas tu permaneces oculto,
sendo tu revelado nas criaturas.
Olhar-te talvez não seja mais preciso,
Sinto-te queimando-me o peito.
Se não o vejo, que importa?
Se dentro e fora de mim
o ardor é real, é singelo.
Vejo tuas formas apenas duas vezes...
Nas manhãs e nos crepúsculos
No início do dia, saudoso me beija
com esperança do amanhã.
Não durante o dia, sinto-te apenas
e vejo as coisas por causa de ti.
Se te ocultas nas nuvens
posso fitar-te um pouco a silhueta,
mas já aqui tudo fica meio ofuscado.
Talvez assim seja também a vida
com meu Jesus.
Não te comparo a Ele sol,
antes de começar a comparação,
tu perderias.
De ardor, fulgor, calor e brilho
Nem tu, oh soberano da galáxia,
Chegaria às portas do palácio
de meu Rei...
Não chores tu sol,
pois embora sejas criatura,
tens importância.
As menores florzinhas
chorariam sem ti...
Mas o meu Jesus, ah!
Abre-me a vida,
despertando-me das trevas
Chama-me o dia inteiro
e mostra-se em meio as
tribulações nebulosas.
Não é preciso questionar-te
a presença.
Está sobre minha cabeça
me abençoando, mesmo
em dia de chuva fria,
Oh, crepúsculo!
Quando chegarás?
Agora entendo o desejo
de que esse dia logo
passe e ao morrer o sol
Esteja eu também em Teu Reino.
Que será ver-Te, Rei, meu doce Jesus?
Se olho em tudo e sempre encontro a Ti!
Amando-Te aqui vou decididamente
Até que venha o eterno dia.
Mas, enquanto este não vem
sofro as demoras de Deus e espero n'Ele!
Habita-me com Teus raios e serei tua mesmo
com pequenas chamas de amor.
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